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Raúl Jiménez choca a cabeça com David Luiz, cai desacordado e sai de maca

Um choque numa disputa aérea depois de cobrança de escanteio logo aos quatro minutos de Arsenal x Wolverhampton, pelo Campeonato Inglês, deixou todos apreensivos no estádio londrino neste domingo. Num escanteio ofensivo dos anfitriões, o atacante mexicano Raúl Jiménez, de 29 anos, caiu desacordado depois de chocar a cabeça com o zagueiro brasileiro David Luiz.

O atendimento médico entrou e prestou os primeiros socorros aos dois jogadores. Raúl Jiménez precisou de mais atenção. Foi imobilizado e, depois de cerca de 10 minutos, saiu de maca. O atacante português Fábio Silva o substituiu.

David Luiz se recuperou mais rápido. Cerca de dois minutos depois, conseguiu se levantar e sair de campo para ter um sangramento na cabeça estancado com uma faixa. Mesmo com o nariz muito inchado ainda, voltou para o jogo.

Depois de alguns minutos, o sangue começou a vazar da bandagem de David Luiz e ficou à mostra na parte da frente da cabeça. Mas não voltou do vestiário no intervalo e foi substituído pelo zagueiro inglês Rob Holding.

Durante o segundo tempo da partida, jornalistas ingleses começaram a dar as primeiras informações sobre o estado de saúde de Raúl Jiménez. No hospital, o mexicano recobrou a consciência e começou a responder bem ao tratamento.

O Wolverhampton abriu o placar aos 27 minutos, com Pedro Neto. O Arsenal empatou logo depois, aos 30, gol de cabeça do zagueiro brasileiro Gabriel Magalhães. Mas Podence, aos 41, deixou os visitantes na frente de novo. No segundo tempo, manteve a vantagem e saiu com a vitória por 2 a 1.

Investigado, médico de Maradona se defende das acusações: 'Fiz o melhor que pude'

O médico particular de Diego Maradona, Leopoldo Luque, foi incluído em investigação por homicídio culposo relacionado à morte do ídolo argentino. Foram realizadas buscas no consultório e na residência do neurologista, que se defendeu das acusações.

De acordo a imprensa argentina, a medida não envolve um pedido de ação ou medida restritiva de liberdade, mas sim uma notificação da abertura de inquérito sobre a eventual prática do crime.

Luque disse aos repórteres após as buscas que entregou aos investigadores todos os registros de seu tratamento de Maradona, bem como computadores, discos rígidos e telefones celulares. Chorando, ele insistiu que não teve culpa na morte do astro argentino, que morreu na quarta-feira após sofrer uma parada cardiorrespiratória.

"Eu sei o que eu fiz. Eu sei como fiz isso. Tenho certeza absoluta de que o que eu fiz o melhor por Diego, o melhor que pude", afirmou o neurologista, que assegurou que não era o médico-chefe, mas parte da equipe médica que cuidou de Maradona.

"Não há erro médico, nem há julgamento. Maradona teve um ataque cardíaco. É a coisa mais comum no mundo morrer assim. É um fato que pode acontecer. Sempre foi feito todo o possível para diminuir esse risco, mas não dá para bloqueá-lo", acrescentou.

Maradona havia sofrido uma série de problemas de saúde, alguns devido a excessos de drogas e álcool. Ele teria estado à beira da morte duas vezes, em 2000 e 2004. Luque disse que o ídolo argentino era um paciente difícil e havia expulsado o médico de sua casa várias vezes.

"Diego fez o que queria. Ele precisava de ajuda. Não havia maneira de chegar até ele. Ele me mandava embora, e depois eu voltava. Tudo o que fiz foi de mais, não de menos", salientou o médico.

Esta medida da justiça argentina tem como base os depoimentos de Dalma, Gianinna e Jana, filhas de Maradona, que demonstraram descontentamento com o tratamento que foi prestado na casa do ex-jogador em Tigre, na região da Grande Buenos Aires.

Como parte das "tarefas investigativas", considerou-se necessário "solicitar buscas na casa e no consultório do médico Leopoldo Luque", disse em comunicado o procurador-geral de San Isidro, em Buenos Aires. "Uma contínua investigação e apuração de provas, com alguns testemunhos, inclusive parentes diretos", seguiu a nota.

Luque se mostrou conformado com a investigação, mas reforçou que fez de tudo por Maradona. "O que fiz pelo Diego até a última fase legal, posso mostrar. Ainda não estou informado sobre as acusações. Vieram de um jeito que ninguém esperava. Isso depois de trabalhar como fiz para o Diego. Abrimos as portas e demos a eles todas as informações de que precisavam", ressaltou.

Adiamento dos Jogos Olímpicos para 2021 vai custar R$ 10 bilhões

 O custo do adiamento de um ano dos Jogos Olímpicos de Tóquio é estimado em aproximadamente US$ 2 bilhões (R$ 10 bilhões). A agência de notícias japonesa Kyodo e o jornal Yomiuri divulgaram o número neste domingo, citando fontes não identificadas próximas aos organizadores da Olimpíada.

O custo relatado do atraso devido à pandemia de covid-19 está de acordo com as estimativas feitas nos últimos meses. Os organizadores, o governo de Tóquio e o governo federal japonês devem apresentar um relatório no próximo mês detalhando como os custos serão divididos.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) disse que iria contribuir com cerca de US$ 650 milhões (R$ 3,4 bilhões) para cobrir alguns dos gastos adicionais referentes à prorrogação do evento, mas ofereceu poucos detalhes. Tóquio-2020 está se tornando muito cara.

Inicialmente, o custo oficial para organizar os Jogos Olímpicos de Tóquio havia sido estimado em US$ 12,6 bilhões (R$ 67 bilhões). No entanto, uma auditoria do governo realizada no ano passado mostrou que provavelmente o valor seria o dobro. Desse montante, mais da metade, US$ 7 bilhões (R$ 37 bilhões), é dinheiro público.

Em 2013, quando Tóquio foi escolhida para realizar o megaevento, o Comitê Organizador disse que a Olimpíada custaria US$ 7,3 bilhões (R$ 39 bilhões). Um estudo da Universidade de Oxford publicado no início deste ano - calculado antes do adiamento - afirmou que Tóquio-2020 será a Olimpíada de Verão mais cara da história. Até então, os Jogos de Londres 2012 eram os mais caros da história.

O COI e os organizadores têm feito campanha nos últimos meses para convencer os patrocinadores e o cético público japonês de que os Jogos Olímpicos podem ser realizados com segurança ainda em meio a uma pandemia que gerou uma crise sanitária em todo o mundo.

A Olimpíada será realizada entre 23 de julho e 8 de agosto de 2021, seguida pelos Jogos Paralímpicos, a partir de 24 de agosto. Eles envolvem 15.400 atletas e milhares de pessoas que trabalham no megaevento, entre árbitros, funcionários, seguranças, patrocinadores e jornalistas de todo o mundo.

O presidente do COI, Thomas Bach, que esteve em Tóquio no início deste mês, disse que a vacina e testes rápidos aprimorados ajudariam a dar início à Olimpíada. Mas ele advertiu que não são "balas de prata".

Espera-se que os atletas sejam monitorados de perto, mantidos em uma espécie de "bolha" e que eles respeitem o protocolo sanitário e só saiam assim que terminar a competição. Alguns fãs são esperados nos Jogos, mas ainda não foi definido se torcedores estrangeiros terão permissão para comparecer.

O Japão controlou a pandemia de covid-19 melhor do que a maioria dos países, mas registrou um aumento de casos nas últimas semanas em Tóquio e em outras cidades. A capital japonesa estabeleceu um recorde de um dia para novas infecções na última sexta-feira com 570 novos casos. O país registrou pouco mais de 2 mil mortes pela doença desde o início da pandemia.

Corinthians elege presidente que herdará dívida bilionária

 O Corinthians elegerá neste sábado (28) seu novo presidente, para o triênio 2021-2023. Quem herdar o cargo ocupado atualmente por Andrés Sanchez, 56, terá como principais desafios montar um time vitorioso enquanto lida com dívidas que giram em torno de R$ 1,5 bilhão.

Duílio Monteiro Alves, 45, candidato da situação, o ex-presidente Mário Gobbi (2012-2015), 59, e Augusto Melo, 54, ex-assessor das categorias de base, concorrem no pleito que será realizado na sede do clube, no Parque São Jorge.

A maior parte do passivo que um deles terá pela frente, R$ 902 milhões segundo balanço divulgado em julho, são débitos relativos a gastos do departamento de futebol e do clube social. Quando Sanchez assumiu o cargo, em 2018, a dívida era de R$ 503 milhões.

O desempenho dos seis primeiros meses de 2020 reflete uma parte das consequências da pandemia da Covid-19, que provocou a paralisação dos campeonatos durante quatro meses.

Essa suspensão impactou diretamente a capacidade do clube de honrar a outra parte da dívida alvinegra, referente ao financiamento da Neo Química Arena. A Caixa Econômica Federal cobra R$ 569 milhões.

A bilheteria das partidas é a principal fonte de receita do clube para quitação desse débito. Nem mesmo a retomada das competições aliviou a conta, uma vez que as partidas seguem sem a presença de torcedores nas arquibancadas.

Antes mesmo da pandemia, porém, o clube já não conseguia honrar as parcelas. Em setembro do ano passado, a Caixa executou o contrato após sucessivos atrasos. A quitação ficou suspensa a partir daí, quando as partes passaram a negociar um novo fluxo de pagamento.

No início de seu mandato, Andrés Sanchez afirmou que seu retorno ao cargo que ocupou pela primeira vez entre 2007 e 2011 tinha como principal objetivo renegociar a dívida com o banco e vender os naming rights do estádio.

Somente neste ano, o último de Sanchez à frente do clube, que o nome do estádio foi vendido, em um acordo com Hypera Pharma, que desembolsará R$ 300 milhões ao longo de 20 anos para que o estádio seja chamado de Neo Química Arena.

O acordo também possibilitou que o clube avançasse em um acerto com a Caixa. Às vésperas da eleição, o Corinthians afirma que firmou um novo fluxo de pagamento do financiamento, além de estender o prazo para quitar o débito.

Agora, as parcelas terão de ser pagas até 2040. Antes, o vencimento ocorreria em 2028. Além disso, não haverá mais um pagamento mensal. Serão 17 prestações anuais. O banco também aceitou reduzir a multa pelo atraso que provocou a execução do contrato.

Uma parte desse montante, R$ 300 milhões, será paga com o dinheiro dos naming rights. Já o restante, R$ 269 milhões, serão liquidados em parcelas anuais, que não poderão exceder R$ 38 milhões. Tudo o que for arrecadado além desse valor irá para os cofres do clube.

A informação do novo acordo entre as partes foi divulgada inicialmente pelo site Globoesporte.com e confirmada pela Folha de S. Paulo. O banco estatal não comenta o assunto devido a cláusulas de confidencialidade. Não há uma data definida para assinatura do contrato.

Com essa negociação, Sanchez espera beneficiar a campanha de Duílio, candidato que tentará manter no poder o grupo político Renovação e Transparência, fundado pelo atual mandatário em 2007.

O ex-diretor de futebol é a terceira geração familiar a concorrer à presidência do Corinthians –o avô e o pai dele também tentaram se eleger nos anos 1980. O dirigente se vê como alguém capaz de “modernizar a parte administrativa e fazer uma gestão 100% transparente”, conforme disse em entrevista à Folha de S. Paulo.

Sob sua gestão, o gasto com o departamento de futebol cresceu devido ao alto número de contratações. Chegaram 40 atletas em 33 meses, média de um reforço a cada 25 dias.

O dirigente fez parte também de trabalhos vitoriosos, como nas conquistas da Libertadores e do Mundial, em 2012, do Brasileiro de 2015 e dos Paulistas de 2018 e 2019

Os títulos de 2012 foram conquistados em sua primeira passagem como diretor de futebol, daquele ano até 2015, durante o mandato de Mário Gobbi.

Rompido com Andrés Sanchez desde o início de sua gestão, o delegado de polícia se juntou a grupos de oposição no Parque São Jorge para concorrer novamente nesse pleito.

Para o ex-presidente, o clube está em uma “situação perigosa e administrativamente passando por uma crise sem precedentes”, por conta das dívidas.

Ele culpa Sanchez pelo estágio atual do endividamento e diz que isso ocorre porque o cartola não saber dizer não aos pedidos que recebe. “Ele não quer magoar os amigos dele. É uma gestão política, que não atende a princípios profissionais.”

Quando assumiu o clube em 2012, Gobbi também fazia parte do grupo Renovação e Transparência, que ajudou a fundar. Ele diz que deixou a chapa por causa das “ingerências” de Sanchez.

Augusto Melo corre por fora na disputa, que tem 11 mil conselheiros aptos a votar. As eleições alvinegras costumam ter um quórum de um terço disso.

Por causa da pandemia de Covid-19, a comissão eleitoral orienta que votantes idosos ou com alguma deficiência dirijam-se ao local acompanhados de, no máximo, uma pessoa, para evitar aglomerações.

Os demais deverão ir ao clube sozinho e permanecer no local somente o tempo necessário para votar.

Não será permitido campanha de boca de urna no dia da votação nas dependências e imediações do Parque São Jorge. Também não haverá atividades esportivas e sociais na sede alvinegra.

Em carta, Itamaraty repreende embaixada da China por resposta a Eduardo Bolsonaro

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O Itamaraty repreendeu a embaixada da China pelas críticas contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e disse, em ofício, que a resposta da missão diplomática ao parlamentar traz conteúdo "ofensivo e desrespeitoso".


 "Não é apropriado aos agentes diplomáticos da República Popular da China no Brasil tratarem dos assuntos da relação Brasil-China através das redes sociais. Os canais diplomáticos estão abertos e devem ser utilizados", disse o ministério das Relações Exteriores, em carta enviada aos representantes do governo chinês no Brasil na quarta-feira (25).

"O tratamento de temas de interesse comum por parte de agentes diplomáticos da República Popular da China no Brasil através das redes sociais não é construtivo, cria fricções completamente desnecessárias e apenas serve aos interesses daqueles que porventura não desejem promover as boas relações entre o Brasil e a China. O tom e conteúdo ofensivo e desrespeitoso da referida 'Declaração' prejudica a imagem da China junto á opinião pública brasileira"(sic), segue a mensagem da chancelaria brasileira.

A correspondência foi revelada pela rede CNN Brasil.

Com a carta, o Itamaraty responde à manifestação dos chineses contra uma publicação de Eduardo – filho de Jair Bolsonaro (sem partido) e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara – que associou o governo de Pequim à espionagem de dados. O deputado destacou em suas redes sociais na noite de segunda (23) que o Brasil endossou iniciativa dos Estados Unidos para manter a segurança da tecnologia 5G "sem espionagem da China".

"O governo Jair Bolsonaro declarou apoio à aliança Clean Network, lançada pelo governo Donald Trump, criando uma aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China", escreveu.

"Isso ocorre com repúdio a entidades classificadas como agressivas e inimigas da liberdade, a exemplo do Partido Comunista da China", completou o deputado.

No dia seguinte, o parlamentar apagou a postagem. Ainda assim, a embaixada chinesa no Brasil respondeu e defendeu que Eduardo e outros críticos do país asiático deveriam abandonar a retórica da extrema direita norte-americana, para evitar "consequências negativas".

A embaixada disse que o deputado acusou a China de fazer espionagem cibernética e ressaltou que ele defendeu iniciativa que discrimina a tecnologia 5G chinesa. "Tais declarações infundadas não são condignas com o cargo de presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados", afirmou a representação diplomática.

Na correspondência à embaixada, o Itamaraty classificou de "altamente inadequado" que a missão diplomática "se pronuncie sobre as relações do Brasil com terceiros países, tendo presente que a Embaixada do Brasil em Pequim não se pronuncia sobre as relações da República Popular da China com terceiros países".

A chancelaria brasileira também disse aos chineses que o governo toma decisões soberanas sobre temas de interesse estratégico do Brasil. "O respeito mútuos às respectivas soberanias é fundamental par as ótimas relações que temos desenvolvido", conclui a carta.

Depois da publicação de Eduardo nas redes sociais, a embaixada da China enviou uma reclamação ao Itamaraty. Esse primeiro documento não foi tornado público, mas o fato de a missão diplomática ter publicado uma declaração posterior gerou incômodo na equipe do ministro Ernesto Araújo.

Não é a primeira vez que Eduardo protagoniza um choque com a embaixada chinesa em Brasília. Em março, Eduardo comparou a pandemia do coronavírus ao acidente nuclear de Tchernóbil, na Ucrânia, em 1986. As autoridades, à época submetidas a Moscou, ocultaram a dimensão dos danos e adotaram medidas de emergência que custaram milhares de vidas.

A associação feita pelo parlamentar em março gerou duras críticas do embaixador da China no Brasil, Yang Wanming.

OMS: mais dados sobre vacinas são necessários; intenção é aplicar mais de uma

 A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que ainda são necessários mais dados sobre vacinas contra a covid-19 para se tomar posições definitivas, incluindo sobre desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, e a russa do instituto Gamaleya. "É encorajador que vários desenvolvedores tenham publicado seus protocolos", afirmou nesta sexta-feira, 27, em entrevista coletiva, a cientista-chefe da organização, Soumya Swaminathan, indicando que é importante que estudos e dados continuem a serem divulgados.

Para saber real eficácia das vacinas, é importante continuar acompanhando os participantes dos testes, sinalizou Swaminathan, já que a imunidade pode não ter longa duração. Sobre desafios logísticos, foi destacado que a intenção é usar a vacinas como a da Pfizer, que demandam grandes adaptações e investimentos para se armazenar, junto à outras com logística mais simples. A imunização deverá ocorrer com eficiência, como destinando recursos à profissionais da saúde e pessoas com potencial alta transmissibilidade.

Questionado sobre a situação no Brasil, o diretor-executivo da OMS, Michael Ryan, afirmou que a lição da Europa é que países "que agem rápido e decisivamente tem melhor resultado", e que em federações como a brasileira, é importante "negociação com governos subnacionais". Ryan fez grandes elogios ao sistema de saúde brasileiro, em especial aos profissionais que foram expostos durante a pandemia.

Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom afirmou que vários países no mundo "conseguiram controlar a covid-19, e em comum entre eles, a testagem", ressaltando que mesmo com a vacina começando a ser aplicada, testes serão importantes na pandemia. Sobre a entrega dos imunizantes, Tedros reafirmou que são necessários US$ 4,5 bilhões de dólares no momento, e que houve comprometimento político de tornar a vacina um "bem comum", com destaque ao G20, mas que isso agora precisa ser convertido em ações.

Acerca das origens do vírus, foi consenso de que os estudos prosseguem, e que, apesar da circulação anterior fora da China ter sido registrada, a base para as pesquisas é o começo da transmissão humana, registrada em Wuhan.

Nova alta de casos nos EUA e na Europa reflete efeito da reação à Covid

SÃO PAULO E BAURU, SP (FOLHAPRESS) - Enquanto o mundo ultrapassa a marca de 60,5 milhões de infecções pelo coronavírus, os comportamentos das curvas de novos casos nos EUA e na Europa refletem as diferenças na coordenação das respostas à pandemia que matou mais de 1,4 milhão em todo o planeta.

Desde meados de setembro, europeus e americanos vivem um crescimento no número de novos casos. A partir de outubro, o aumento nas infecções tornou-se mais agudo e as duas curvas começaram a subir em posição quase vertical. Em novembro, porém, os efeitos da imposição de novas restrições na Europa puxaram a curva para baixo, enquanto o índice dos EUA segue em crescimento acelerado.

"Na Europa, após um início catastrófico nos primeiros meses do ano, houve em muitos países um 'lockdown' rigoroso, e a transmissão da doença caiu abruptamente", analisa o médico infectologista Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza, professor da Unesp. "Assim, quando voltou a subir, também abruptamente, isso foi caracterizado como uma 'segunda onda'."

No fim de outubro, a chanceler alemã, Angela Merkel, que vinha sendo elogiada internacionalmente por ter encarado a pandemia com seriedade e rigor científico, reconheceu que a evolução da Covid-19 em seu país se tornou "dramática" e implantou novas regras de isolamento.

Nesta semana, as medidas foram prorrogadas até pelo menos 20 de dezembro, e Merkel admitiu que as restrições podem permanecer até janeiro. Nesta quinta, a Alemanha bateu o recorde de casos diários (32 mil) desde o início da pandemia, e o número de mortes (378) só fica atrás dos 510 óbitos registrados em 15 de abril. No total, o país tem 996 mil casos e 15 mil mortes por coronavírus.

Com dinâmica parecida, a França implantou 'lockdown' entre março e maio. Em 30 de outubro, voltou a restringir as atividades até que, nesta semana, o presidente Emmanuel Macron adotou um tom otimista ao anunciar um plano de reabertura gradual que permitirá aos franceses viajarem nas festas de fim de ano.

O ministro da Saúde francês, Olivier Veran, foi um pouco mais cauteloso e fez questão de lembrar que a Covid-19 "ainda não ficou para trás".

Atrás de EUA, Índia e Brasil, a França ocupa a quarta posição no ranking de nações com maior número de casos. E depois de quase zerar o número de óbitos diários em agosto, voltou a registrar mais de mil mortos por dia em pelo menos quatro ocasiões neste mês, relembrando o fantasma das mortes aos milhares no mês de abril. No acumulado, o país tem 2,2 milhões de casos e 50,7 mil mortes por Covid-19.

Fortaleza, da Unesp, chama atenção para o fato de que, quando as infecções voltaram a crescer na Europa, dizia-se que havia aumento de casos, mas não de óbitos. "Dois meses depois, há recordes diários de mortes, mostrando que estas sobem semanas após o aumento de casos", diz o infectologista, acrescentando que isso acontece porque as pessoas costumam passar por longos períodos de internação.

Analisar os dados para definir erros e acertos ainda é um desafio, explica Piotr Kramarz, cientista do Centro Europeu de Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês).

"A maioria dos países implementou várias medidas ao mesmo tempo, tornando extremamente difícil determinar o efeito individual de qualquer abordagem", explica. "Tentar atribuir as diferenças observadas na epidemiologia da Covid-19 às medidas de saúde pública executadas em um país é, portanto, extremamente difícil e não é algo que o ECDC tentou até agora."

Apesar dos sinais amarelos para a Europa, Deisy Ventura, coordenadora do doutorado em saúde global da USP, considera positiva a percepção da maioria dos governos sobre o momento e a forma de novas restrições.

"Um bom exemplo das respostas europeias foi o anúncio simultâneo de medidas quarentenárias e de proteção social que permitiram o cumprimento das primeiras", analisa.

Esse tipo de coordenação é diferente das medidas adotadas nos EUA, em que cada estado tem autonomia constitucional para definir suas próprias regras. Segundo os dados analisados pela reportagem, estados americanos que hoje apresentam alta de casos tiveram fases mais brandas nos meses iniciais da pandemia.

Essa constatação se verifica na Dakota do Norte, em Wyoming, no Novo México, na Dakota do Sul e em Minnesota, os cinco estados com as maiores proporções de novos casos.

Um levantamento do jornal The New York Times, a partir de dados da Universidade de Oxford, aponta ainda que estados que impuseram menos restrições nos últimos meses vivem agora os piores surtos. Também entram nessa lista estados como Iowa, Nebraska e Wisconsin. O NYT aponta Iowa como o único estado cuja taxa de infecção considerada alta apresenta uma tendência de queda. Até a tarde desta quinta-feira, todos os outros 49 estados somam os altos índices de novos casos às tendências de agravamento.

Para os especialistas ouvidos pela reportagem, a gravidade da pandemia nos EUA é resultado da soma de fatores sanitários, mas também políticos. Se a pandemia de Covid-19 teve peso significativo para a derrota de Donald Trump, o contrário também é verdadeiro: a postura do líder republicano teve efeito agravante no cenário da saúde pública.

Para Ventura, as eleições americanas foram "decisivas para o desastre da resposta [ao coronavírus]". Ela classifica como "crimes contra a saúde pública" ações como os ataques do presidente a instituições como o Centro de Controle e Prevenção de Doenças e a sugestão, nociva e sem fundamentos, de que os americanos poderiam ingerir desinfetante contra a Covid-19.

"Medidas de contenção de epidemias são sempre antipáticas e possuem elevado custo político, econômico e social", afirma. "Como candidato à reeleição, Trump não quis pagar esse preço." Em vez disso, segundo a especialista, recorreu à mesma estratégia de propaganda que o levou à Casa Branca em 2016: um misto de desinformação, extremismos e negacionismo científico.

Fortaleza traça ainda um paralelo com o Brasil. "O negacionismo do [presidente Jair] Bolsonaro e a apatia do Ministério da Saúde têm exigido que cada estado tome suas próprias medidas. Isso é claramente um enfraquecimento do pacto federativo, fazendo com que funcionemos como 'Estados Unidos do Brasil'."